terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fontoura Xavier



Um instante, coveiro! o morto é meu amigo,
E como vês cheguei para dizer-lhe adeus;
Depois podes levá-Io, a Satanás, contigo,
Que sei que não pretende a salvação de Deus.

Eu descuidei-me, sim; nós dávamo-nos muito
Há meses abracei-o e nunca mais o vi...
Alguém, quem quer que seja! aproveitou o intuito,
Matou-o em minha ausência e trouxe-o para aqui.

Vim despedir-me dêle... (Escuta-me, primeiro.
Tu deves conhecer os mortos que aqui somes;
Muitas vêzes Hamleto - a dúvida, coveiro,
Visita êste lugar interrogando nomes.

Estuda esta cabeça, o príncipe há de vê-Ia;
Repara bem, é loura, esplêndida, à Van-Dick!
Pois bem, gasta a mortalha, então roída a tela,
Não tomes Baudelaire por um jogral - Yorick!)

Vim despedir-me, pois! A morte já começa
A martelar caixões na porta dos ateus!...
Sentido, batalhões! caiu uma cabeça...
Que importa uma vitória às legiões de Deus?...

Florestan Fernandes ... 28/12/2010


A gente aprende muito observando a vida.
Aliás, desse jeito aprende-se tanto ou mais do que
passando anos lendo livros.
Há uma escola no mundo, que é o próprio mundo!
O achar é a mãe de todos os erros...
A gente é bobo por opção, não por falta de capacidade...

Florestan Fernandes

Apaixonados Pela Lua... Paula Fernandes


Poetas

Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!

FLORBELA ESPANCA

No Ordinary Love... Sade

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Entrego a todos o presente de Natal do Bagun: Os Estatutos do Homem... Thiago de Mello

Vídeo: Rag e Alexandre

Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)

A Carlos Heitor Cony

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida, uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa
begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo
vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre
o coração do homem.

Thiago de Mello - Santiago do Chile, abril de 1964

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Aniversário Aninhaaaaaaaaaaa 23/12/2010


MAGRA

Lenine
Composição: Lenine e Ivan Santos

Moça
Pernas de pinça
Alta
Corpo de lança
Magra
Olhos de corça
Leve
Toda cortiça
Passa
Como que nua
Calma
Finge que voa
Brasa
Chama na areia
Bela
Como eu queria
Magra, leve, calma
Toda ela bela
Tudo nela chama
Segue
Enquanto suspiro
Toda
Cor de tempero
Cheira
Um cheiro tão raro
Clara
Cura o escuro
Ela
Braços de linha
Dengo
Cheio de manha
Durmo
E peço que venha
Acordo
E sonho que é minha
Magra, leve, calma
Toda ela bela
Tudo nela chama

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Nat...ops!!! Feliz Niver Aninhaaaaaaaa!!!!

Vídeo: Rag e Alexandre 23/12/2010

Mulher De mim

A força é infinita
Muita vontade, garra e amor.
A alma é a mais bonita
Leva beleza por onde for.
No seu peito abraça o mundo
Tem uma paixão grande lá no fundo...
Mãos de fadas, olhos felinos
Cabelos de Yemanjá.
Ela está sempre sorrindo
Tem muito amor para dar.
Mãe, mulher e amiga
Fênix, fera ferida.
Tem força de leão num corpo de sereia
Ela é pedra, flor e areia.
Se molda no vento
Amadurece no tempo.
Magia, mistério, sonhar
Ela é o encantamento
Um sortilégio, um feitiço
Noites de luar.
Já foi Maria
Já foi Rainha
Fez crescer a colheita
Florescer o jardim.
E hoje faz mais belo o mundo
Mostra o que tem lá no fundo:
Um encantamento sem fim.

Carolina Salcides

Lílitchka!... Vladimir Mayakovsky


Lílitchka!

Em lugar de uma carta

Fumo de tabaco rói o ar.
O quarto -
um capítulo de inferno de Krutchônikh.
Recorda -
Atrás desta janela
pela primeira vez
apertei tuas mãos, atônito.
Hoje te sentas,
no coração - aço.
Um dia mais
e me expulsarás,
talvez, com zanga.
No teu "hall" escuro longamente o braço,
trêmulo, se recusa a entrar na manga.
Sairei correndo,
lançarei meu corpo à rua.
Transtornado,
tornado
louco pelo desespero.
Não o consintas,
meu amor, meu bem,
digamos até logo agora.
De qualquer forma
o meu amor
- duro fardo por certo -
pesará sobre ti
onde quer que te encontres.
Deixa que o fel da mágoa ressentida
num último grito estronde.
Quando um boi está morto de trabalho
ele se vai
e se deita na água fria.
Afora o teu amor
para mim
não há mar,
e a dor do teu amor nem a lágrima alivia.
Quando o elefante cansado quer repouso
ele jaz como um rei na areia ardente.
Afora o teu amor
para mim
não há sol,
e eu não sei onde estás e com quem.
Se ela assim torturasse um poeta,
ele
trocaria sua amada por dinheiro e glória,
mais a mim
nenhum som me importa
afora o som do teu nome que eu adoro.
E não me lançarei no abismo,
e não beberei veneno,
e não poderei apertar na têmpora o gatilho.
Afora
o teu olhar
nenhuma lâmina me atrai com seu brilho.
Amanhã esquecerás
que eu te pus num pedestal,
que incendiei de amor uma alma livre,
e os dias vãos - rodopiante carnaval -
dispersarão as folhas dos meus livros...
Acaso as folhas secas destes versos
far-te-ão parar,
respiração opressa?
Deixa-me ao menos
arrelvar numa última carícia
teu passo que se apressa.

Vladimir Mayakovsky

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Senhas... Adriana Calcanhoto


Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos

Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas

O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu aguento até os estetas
Eu não julgo competência
Eu não ligo pra etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades

O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Não, não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

Eu gosto dos que têm fome
E morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem

Procurando Encantos... Carmem Lúcia

MÚSICA : SÁBIA (CHICO BUARQUE E TOM JOBIM)

Ainda creio no homem
e nos sonhos que inda sonho
apesar dos desenganos
não obstante os transtornos...
Ver minha pátria querida
livre de tanto abandono
e enquanto faísca luzir
de uma luz tênue e pálida
minha esperança não vai se esvair
mesmo que um tanto esquálida
diante dos que em nome da lei
roubam a crença de um povo
fazendo-se amigos do rei...
Favoritismos escancarados,
nepotismo desenfreado

Ainda creio no homem...
Como viver sem crer?
Não há Pasárgada que resista
melhor seria morrer
ao desistir da bandeira
que escolhi carregar
e contra tal bandalheira
lutar, lutar e lutar...
Fazer da terra querida
um berço realmente esplêndido
onde quero me deitar...
Sonhar com um novo tempo
que com certeza
um dia há de chegar.

Ainda creio no homem...
Como deixar de sonhar
ou imaginar Pasárgada
o meu novo e eterno lar?
Prefiro nunca ir lá
pra um dia ter que voltar
como na canção de Chico
e de Jobim...” Sabiá”...
"Vou voltar...sei que ainda vou voltar..."
E ouvir de uma sabiá, o canto
doce momento de encanto
à sombra de uma palmeira
vendo o dia anunciar
uma manhã altaneira
o amor a triunfar
e toda gente a sorrir
quando a tempestade passar.

Ainda creio no homem
A ilusão jamais me consome...

_Carmen Lúcia_

domingo, 19 de dezembro de 2010

Ando Devagar... Almir Sater


Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir,
é preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
compreender a marcha, e ir tocando em frente
como um velho boiadeiro levando a boiada,
eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,
de estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir,
é preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir,
é preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz.

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Eu amo o feio com um amor de igual pra igual..."


“Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paísagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu – eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possuí: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite.”

Clarice Lispector

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Homem dos Olhos de Raio X... Lenine

Minhas Férias... Patu Fu


É duro viver todo dia
Quase todo dia eu vivo de montão
Procuro sempre novos modos de viver
E vivo sempre da mesma maneira
Ié, Ié, Ié... Ié, Ié, Ié...
Ié, Ié, Ié... Ié, Ié, Ié...
Logo cedo eu ganho um monte de bom dia
o dia é tão comprido
Eu durmo de noitão
Procuro novos modos de não morrer
E morro sempre da mesma maneira
Ié, Ié, Ié... Ié, Ié, Ié...
E eu estou vivo
Eu tô vivinho
Eu tô vivão
Tirar umas férias
Que tal tirar umas férias
Foi só uma maneira de esfriar o cabeção
Mas minha cabeça tem duas partes
Parte A e parte B
A parte boa acabou sendo a pior então
E eu estou vivo
Eu tô vivinho
Eu tô vivão

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Impressionante... Adélia Prado


Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

Adélia Prado

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

The Carpenters... A Song For You

Ariano Suassuna... Abertura Sob Pele de Ovelha



Abertura sob pele de ovelha

Falso Profeta, insone, Extraviado,
Vivo, Cego, a sondar o Indecifrável:
e, jaguar da Sibila - inevitável,
meu Sangue traça a rota desse Fado.

Eu, forçado a ascender, eu, Mutilado,
busco a Estrela que chama, inapelável.
E a pulsação do Ser, fera indomável,
arde ao Sol do meu Pasto - incendiado.

Por sobre a Dor, Sarça do Espinheiro
que acende o estranho Sol, sangue do ser,
transforma o sangue em Candelabro e Veiro.

Por isso, não vou nunca envelhecer:
com meu Cantar, supero o Desespero,
sou contra a Morte e nunca hei de morrer.

Ariano Suassuna

domingo, 12 de dezembro de 2010

Hall & Oates

Deus Disse... Manoel de Barros

Deus disse: Vou ajeitar a você um dom:
Vou pertencer você para uma árvore.
E pertenceu-me.
Escuto o perfume dos rios.
Sei que a voz das águas tem sotaque azul.
Sei botar cílio nos silêncios.
Para encontrar o azul eu uso pássaros.
Só não desejo cair em sensatez.
Não quero a boa razão das coisas.
Quero o feitiço das palavras.

Manoel de Barros

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Promise... Ciara


Come enjoy the night
Baby take a ride
I just wanna find you (you) you (you)
Baby you and i can have a good time
Tell me what you like ooh ooh

Now listen, i've been single for a while now
And i been kinda lonely
I've been looking for somebody to talk to, love me
Someone who can hold me
Is that you?

I'm looking for somebody i can call boo
Looking for the only one who i can give my all to
Tell me if it's you, you, you
What you gonna do, do, do
Make a move

You can be my teacher, i'll do homework
You can give me extra credit baby, i'll do more work
What you gonna do, do, do
Now it's me and you, you, you
Move

Move so right
How it feels so right
You can be my prince, my knight
You can be my superman
Save me here i am
'cause baby

There's nothing i won't do
To spend my life with you
I'll give my love to you
I promise that i will never lie to you boy
This love we have is true
To spend my life with you
I'll give my heart to you
I promise that i will never lie to you boy

You and me together picture perfect
I'll spend all my money, all my time
Because you're worth it
It's just me and you, you, you
What you gonna do, do, do
Make a move

Call me mama, spoil you like a baby
Thinking 'bout you, dreaming 'bout you
Got me going crazy
What you wanna do, do, do
Now it's me and you, you, you
Move it

Move so right
How it feels so right
You can be my prince, my knight, oh
You can be my superman
Save me here i am
Baby

There's nothing i won't do (no, no)
To spend my life with you (life with you)
I'll give my love to you (i'll give my all)
I promise that i will never lie to you boy
There's nothing i won't do (nothing i won't do)
To spend my life with you (you)
I'll give my heart to you (yeah)
I promise that i will never lie to you boy

Ohh

I mean everything that i say
From the bottom of my heart
I will never, never, ever, hurt you
I'll open my heart

I'll open my heart and give it to you
Tell the whole world that i'm in love with you
Whatever you want, baby i'll do
I know i don't want nobody else but you

There's nothing i won't do (there's nothing i won't do baby)
To spend my life with you (to spend my life with you)
I'll give my love to you
I promise that i will never lie to you boy (oh)
There's nothing i won't do (nothing)
To spend my life with you (oh)
I'll give my heart to you
(i will give my all to you, my baby boo, my love is true, oh)
I promise that i will never lie to you boy

Baby boy you got me
I've been waiting, waiting, waiting for you
You can be my homie
I'll be waiting, waiting, waiting for you
Baby come and hold me
I'll be waiting, waiting, waiting for you
You can be my one and only
You can be my one and only